Quando muito criança, a corrida significava algo que eu era bom, que vencia. Tive a sorte de ter uma ótima professora, que ia além do “rolar a bola” e buscava ensinar técnicas e a razão de fazer.

 

Já na pré-adolescência, como tinha que ser, eu naveguei por diversos esportes. O ambiente dos treinos era legal, mas eu gostava ainda mais da parte técnica, da estratégia. Meu professor da época confiava tanto em mim que largava a turma para um garoto. Fui líder do Grêmio, apitava os campeonatos. Época linda.

 

Sem saber do potencial da corrida, como é hoje, meu pai me levou pro futebol, começando no futsal da até então Série Prata AGEL, e logo em seguida entrei para a base do saudoso Guarani de Garibaldi e depois do Juventude. Foram muitos anos de treinos, viagens, vestiário, grupo. Anos de aprendizado. Não, eu não era um grande jogador, mas era o que mais corria, o mais rápido, e dependendo do jogo eu fazia a coisa ficar divertida.

 

Na época o futebol não dava dinheiro na base, e eu queria muito sair de casa e ter minha própria vida, então larguei o futebol e fui fazer qualquer coisa que pudesse pagar um aluguel. Depois de algumas tentativas eu encaixei mesmo na comunicação, e 15 anos depois eu tinha muito conhecimento, stress e só glamour, sem dinheiro. Eu tinha que mudar! Eu não era feliz. Estava perdendo e precisava voltar para algo que eu era bom, que vencia. Precisava voltar para a corrida.